.: Pilhas Alcalinas e Zinco - Manganês
:.
Objetivo
Justificativa
Normas e Documentos de Referência
Laboratório Responsavel pelos
Ensaios
Marcas Analisadas
Ensaios Realizados e Resultados
Observados
Resultado Geral
Dicas para o Consumidor
Posicionamento dos Fabricantes
Conclusões
Objetivo
A apresentação
dos resultados obtidos nos ensaios realizados em amostras de Pilhas
consiste em uma das etapas do Programa de Análise de Produtos,
coordenado pela Divisão de Orientação e Incentivo
à Qualidade, da Diretoria de Avaliação da Conformidade do Inmetro e que tem
por objetivos:
- prover mecanismos para que o Inmetro
mantenha o consumidor brasileiro informado sobre a adequação
dos produtos e serviços aos Regulamentos e às Normas
Técnicas, contribuindo para que ele faça escolhas
melhor fundamentadas, tornando-o mais consciente de seus direitos
e responsabilidades;
- fornecer subsídios para a indústria
nacional melhorar continuamente a qualidade de seus produtos,
tornando-a mais competitiva;
- diferenciar os produtos disponíveis
no mercado nacional em relação à sua qualidade,
tornando a concorrência mais eqüalizada;
- tornar o consumidor parte efetiva deste
processo de melhoria da qualidade da indústria nacional.
Deve ser destacado que estes
ensaios não se destinam a aprovar marcas, modelos ou lotes
de produtos. O fato das amostras analisadas estarem ou não
de acordo com as especificações contidas em uma norma/regulamento
técnico, indica uma tendência do setor em termos de
qualidade. Além disso, as análises coordenadas pelo
Inmetro, através do Programa de Análise de Produtos,
têm caráter pontual, ou seja, são uma "fotografia"
da realidade, pois retratam a situação do mercado
naquele período em que as análises são conduzidas.
Justificativa
A análise realizada
em amostras de pilhas vai ao encontro das diretrizes descritas no
procedimento do Programa de Análise de Produtos, visto que
é um produto de consumo intensivo pela população
e cujas características estão relacionadas à
saúde dos consumidores e ao meio ambiente.
Atualmente, as pilhas são
tão importantes em nosso cotidiano que é difícil
imaginarmos como seria a vida sem elas. Estão presentes em
computadores, relógios, equipamentos médicos tipo
marcapasso, telefones, calculadoras, rádios, automóveis,
etc.
Os avanços tecnológicos
no desenvolvimento de pilhas fazem parte de patentes industriais,
cujos segredos não são revelados ao público.
Mas todo esse avanço tecnológico, que vem acompanhando
o desenvolvimento das pilhas ao longo dos anos, não teria
ocorrido, se há 200 anos o Físico italiano Alessandro
Volta (1745-1827) não tivesse inventado a primeira pilha
elétrica, que era constituída por um conjunto de placas
de zinco e de cobre, empilhadas alternadamente e separadas por algodão
embebido numa solução de ácido sulfúrico.
A construção dessa pilha trouxe, na época,
conseqüências extremamente positivas para o crescimento
da ciência, pois ajudaria a desenvolver os fundamentos da
eletricidade e abrir caminho para a construção dos
diversos tipos de pilhas que existiram ao longo do tempo até
evoluírem aos modelos que existem atualmente (ver figura
1).
Esta análise contempla
dois tipos de pilha: a comum ou seca e a alcalina, em função
da maior utilização destas por parte da sociedade.
A pilha comum ou seca
é formada por um cilindro de zinco metálico,
que funciona como ânodo, separado das demais espécies
químicas presentes na pilha por um papel poroso. Dá
voltagem de 1,5V, e é extensivamente usada em lanternas,
rádios portáteis, gravadores, brinquedos, flashes,
etc. O cátodo é o eletrodo central. Este, consiste
de grafite coberto por uma camada de dióxido de manganês,
carvão em pó e uma pasta úmida contendo cloreto
de amônio e cloreto de zinco. Esta pilha tem caráter
ácido, devido a presença de cloreto de amônio.
A expressão pilha seca é apenas uma designação
comercial que foi criada há muitos anos para diferenciar
este tipo de pilha (revolucionário na época) das pilhas
até então conhecidas, que utilizavam recipientes com
soluções aquosas, como a pilha de Daniell.
Já a pilha alcalina,
possui mistura eletrolítica que contém hidróxido
de potássio ou de sódio (bases), ao invés de
cloreto de amônio (sal ácido), e o ânodo é
feito de zinco altamente poroso, que permite uma oxidação
mais rápida em relação ao zinco utilizado na
pilha seca comum.
Dá voltagem de 1,5
V, e não é recarregável. Comparando-a com a
pilha seca comun, a alcalina é mais cara, mantém a
voltagem constante por mais tempo e dura cerca de cinco vezes mais.
Isso ocorre porque o hidróxido de sódio ou potássio
é melhor condutor eletrolítico, resultando uma resistência
interna da pilha muito menor do que na pilha comum ou seca.
Figura 1: Tipos de pilha (da esquerda para a direita:
Pilha de Volta, Pilha de Daniell modificada, Pilha de Lelanché,
similar a que utilizamos nos dias de hoje)* .
De acordo com a Associação
Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica
– ABINEE, o Brasil foi o primeiro país da América
do Sul a criar uma regulamentação específica
para pilhas e baterias. As resoluções números
257 e 263, que orientam o descarte apropriado de pilhas e baterias
após o uso e limitam a quantidade de metais potencialmente
perigosos (mercúrio, cádmio e chumbo) na composição
de tais produtos, foram publicadas em 1999 pelo Conselho Nacional
do Meio Ambiente.
Apesar de ser um produto
relativamente barato, a pilha, quando não fabricada de acordo
com as normas, pode oferecer riscos à saúde do consumidor
e ao meio ambiente.
Neste relatório são
apresentadas as descrições dos ensaios realizados,
as não conformidades detectadas, as principais conclusões
a respeito dos resultados encontrados na análise em amostras
de pilhas, bem como cuidados que o consumidor deve observar em relação
ao produto.
* Site: www.espacociencia.pe.gov.br/areas/quimica/tipos.php
Normas e Documentos de Referência
- NBR 9514/1986 – Pilhas Elétricas
- Especificação;
- NBR 9517/1986 – Pilha Elétrica
R-6 –Método de Ensaio;
- IEC 60086-1: 2000 – Primary Batteries
– Part1: General;
- IEC 60086-2: 2004 - Amendment 2 – Primary
Batteries – Physical and Eletrical Specifications;
- Resolução CONAMA nº 257,
de 30 de junho de 1999;
- Lei 8.078, de 11 de setembro de 1990,
do Ministério da Justiça (Código de Proteção
e Defesa do Consumidor).
Laboratório Responsavel pelos Ensaios
Os ensaios foram realizados
pelo Laboratório de Eletro-Eletrônica LABELO, da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS. O laboratório
é acreditado pelo Inmetro para a realização
de ensaios laboratoriais em diversos produtos elétricos.
Marcas Analisadas
A análise foi precedida
por uma pesquisa de mercado realizada em 05 estados: Rio de Janeiro,
São Paulo, Espírito Santo, Maranhão e Pernambuco.
Foram encontradas 15 marcas, de 8 fabricantes diferentes, sendo
5 marcas importadas.
Considerando que uma das
diretrizes do Programa é analisar a tendência da qualidade
do produto em relação às normas e regulamentos
técnicos pertinentes, não é necessário
analisar todas as marcas disponíveis de um produto no mercado
nacional. Portanto, foram selecionadas 08 marcas de pilhas, de 06
fabricantes.
A seleção
foi feita com base em critérios que envolvem a participação
no mercado e a regionalização dos produtos. Foram
compradas marcas consideradas tradicionais e líderes de mercado,
assim como outras de menor participação, fabricadas
por empresas de médio e pequeno porte e também as
marcas de origem estrangeira.
As tabelas a seguir relacionam
os fabricantes/importadores e as marcas que tiveram amostras de
seus produtos analisadas, bem como os locais onde as amostras foram
adquiridas.
Tabela 1 –
Pilhas Zinco – Manganês (tipo AA e AAA)
Marcas Selecionadas
para Análise
|
Marcas
|
Fabricantes /
Importadores
|
Origem
|
Locais de Compra
|
Preço
|
Cidade / Estado
|
A
|
Fabricante A
|
Brasil
|
Supermercado Extra
|
R$2,99
|
RJ
|
B
|
Fabricante B
|
Japão
|
Casa e Vídeo
|
R$4,99
|
RJ
|
C
|
Fabricante C
|
Brasil
|
Supermercado Extra
|
R$2,99
|
RJ
|
Tabela 2 – Pilhas Alcalinas
(tipo AA e AAA)
Marcas Selecionadas para Análise
|
Marcas
|
Fabricantes / Importadores
|
Origem
|
Locais de Compra
|
Preço
|
Cidade / Estado
|
D
|
Fabricante D
|
Bélgica
|
Supermercado Carrefour
|
R$7,90
|
PE
|
E
|
Fabricante E
|
Bélgica
|
Supermercado Carrefour
|
R$7,90
|
PE
|
F
|
Fabricante F
|
Brasil
|
Supermercado Extra
|
R$8,90
|
RJ
|
G
|
Fabricante G
|
Singapura
|
Casa e Vídeo
|
R$4,99
|
RJ
|
H
|
Fabricante H
|
Singapura
|
Casa e Vídeo
|
R$4,49
|
RJ
|
I
|
Fabricante I
|
Brasil
|
Supermercado Extra
|
R$6,99
|
RJ
|
J
|
Fabricante J
|
EUA
|
Casa e Vídeo
|
R$5,49
|
RJ
|
L
|
Fabricante L
|
EUA
|
Casa e Vídeo
|
R$6,49
|
RJ
|
M
|
Fabricante M
|
China
|
Casa e Vídeo
|
R$2,99
|
RJ
|
N
|
Fabricante N
|
China
|
Casa e Vídeo
|
R$4,99
|
RJ
|
O
|
Fabricante O
|
China
|
Supermercado Bompreço
|
R$5,45
|
PE
|
Ensaios Realizados e Resultados Obtidos
Foram compradas 36 amostras
de cada uma das marcas selecionadas, independentemente do tipo (alcalina
ou zinco – manganês), mas todas do mesmo lote . Os ensaios
realizados foram divididos nas seguintes categorias:
Pilhas Alcalinas
1) Informações
do Produto:
De acordo com o art.6º,
inciso III do Código de Defesa do Consumidor, "a
informação adequada e clara sobre os diferentes produtos
e serviços, com especificação correta de quantidade,
características, composição, qualidade e preço,
bem como sobre os riscos que apresentem constitui direito básico
do consumidor".
As informações
sobre o produto devem constar em material informativo, acompanhando
a pilha, em folheto, etiqueta ou adesivo, devendo ser de fácil
leitura e compreensão. Essas informações são
as seguintes:
- Dados do Fabricantes/Importador/Distribuidor;
- Tipo de pilha (AA ou AAA);
- Símbolo orientando destinação
após o uso.
Resultados obtidos:
De uma maneira geral, todas as marcas apresentaram estas informações,
porém, as marcas J / L e G / H não apresentaram
de forma clara para o consumidor a validade do produto (mês
em que o produto perde a validade).
As
pilhas comuns e alcalinas, utilizadas em rádios, gravadores,
walkman, brinquedos, lanternas etc, podem ser jogadas no lixo doméstico,
sem qualquer risco ao meio ambiente, conforme determinação
da Resolução CONAMA 257, e, por isso, não precisam
ser recolhidas e nem depositadas em aterros especiais. Isto porque
os fabricantes nacionais e os importadores legalizados já
comercializam no mercado brasileiro pilhas que atendem perfeitamente
as determinações do CONAMA – Conselho Nacional de
Meio Ambiente – no que diz respeito aos limites máximos de
metais pesados em suas constituições. O símbolo
ao lado representa a informação de que a sua pilha
deve ser depositada/descartada em lixo doméstico.
2)
Dimensões das pilhas
Este ensaio visa verificar
se a pilha possui o tamanho adequado para sua utilização
no porta-pilhas do equipamento do consumidor e encontra-se descrito
no item 5 e nas tabelas de especificações da norma
IEC60086-2.
Tamanho AA (pilha pequena)
Marca
|
Altura máxima (Valor
de Ref. = 50,5)
|
Distância Mínima
(Valor de Ref. = 49,2)
|
Diâmetro mín.
entre os planos (Valor de Ref. = 7,0)
|
Máximo recesso do
contato negativo (Valor de Ref. = 0,5)
|
Diâmetro máximo
do contato positivo (Valor de Ref. =5,5)
|
Projeção mínima
do contato positivo (Valor de Ref. = 1,0)
|
Diâmetro máximo
da pilha (Valor de Refer.=14,5)
|
Diâmetro mínimo
da pilha (Valor de Ref.=13,5)
|
Marca D
|
50,2
|
50,2
|
9,2
|
0,0
|
4,8
|
1,6
|
14,0
|
14,0
|
Marca M
|
50,1
|
50,1
|
9,3
|
0,0
|
4,7
|
1,5
|
13,8
|
13,8
|
Marca F
|
50,3
|
50,3
|
8,6
|
0,0
|
5,4
|
1,4
|
14,0
|
14,0
|
Marca I
|
50,2
|
50,2
|
8,5
|
0,0
|
5,1
|
1,6
|
13,9
|
13,9
|
Marca J
|
50,3
|
50,3
|
9,6
|
0,0
|
5,4
|
1,6
|
14,0
|
14,0
|
Marca G
|
50,3
|
50,3
|
9,6
|
0,0
|
5,4
|
1,6
|
14,0
|
14,0
|
Resultados obtidos: Todas
as amostras atenderam este item.
Tamanho AAA (pilha palito)
Marca
|
Altura máxima (Valor
de Ref. = 44,5)
|
Distância Mínima
(Valor de Ref. = 43,3)
|
Diâmetro mín.
entre os planos (Valor de Ref. = 4,3)
|
Máximo recesso do
contato negativo (Valor de Ref. = 0,5)
|
Diâmetro máximo
do contato positivo (Valor de Ref. =3,8)
|
Projeção mínima
do contato positivo (Valor de Ref. = 0,8)
|
Diâmetro máximo
da pilha (Valor de Refer.=10,5)
|
Diâmetro mínimo
da pilha (Valor de Ref.=9,5)
|
Marca E
|
44,1
|
44,1
|
5,9
|
0,0
|
3,4
|
1,5
|
10,2
|
10,2
|
Marca N
|
44,4
|
44,4
|
5,9
|
0,0
|
3,6
|
1,6
|
10,2
|
10,2
|
Marca O
|
44,4
|
44,4
|
6,2
|
0,0
|
3,5
|
1,2
|
10,2
|
10,2
|
Marca L
|
44,1
|
44,1
|
4,9
|
0,0
|
3,4
|
1,0
|
10,2
|
10,2
|
Marca G
|
44,2
|
44,2
|
6,1
|
0,0
|
3,4
|
1,1
|
10,2
|
10,2
|
Resultados obtidos: Todas
as amostras atenderam este item.
3) Ensaios de marcação:
Esta categoria de ensaios
visa identificar a pilha e a categoria a que ela se destina, através
das seguintes informações: designação,
código do fabricante, polaridade de terminais (quando aplicável),
tensão nominal e nome ou marca comercial.
Pilha AA (pilha pequena)
Marca
|
Designação
|
Ano/Mês ou semana de fabricação
|
Polaridade de terminais (quando aplicável)
|
Tensão Nominal
|
Nome ou marca comercial
|
Marca D
|
LR6
|
Jun/2008
(Usar antes, escrito em inglês)*
|
(+) e (-)
|
1,5 V
|
D
|
Marca M
|
LR6
|
Jun/2009
Usar antes
|
(+)
|
1,5 V
|
C / M
|
Marca F
|
LR6
|
Mar/2011
Usar antes
|
(+)
|
1,5 V
|
F
|
Marca I
|
LR6
|
09/2009
|
(+) e (-)
|
1,5 V
|
I
|
Marca J
|
LR6
|
Usar antes de 2009**
|
(+)
|
1,5 V
|
J
|
Marca G
|
LR6
|
Usar antes de 2007**
|
(+)
|
1,5 V
|
G
|
Resultados obtidos: Das
06 (seis) marcas analisadas, 02 (duas) foram consideradas Não
Conformes (Marca J e Marca G), por não explicitarem
ao consumidor o prazo máximo para utilização
de suas pilhas, informando apenas o ano, dando ao consumidor a impressão
de que as mesmas podem ser utilizadas por todo o ano descrito.
* A informação
sobre a expiração do produto está em inglês,
dificultando o entendimento do consumidor.
Esta informação
vai de encontro ao art. 31 do Código de Defesa do Consumidor,
que prevê que "a oferta e apresentação
de produtos ou serviços devem assegurar informações
corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa
sobre suas características, qualidades, quantidade, composição,
preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros
dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde
e segurança dos consumidores".
** Esta informação
é confusa para o consumidor, pois não estipula o prazo
exato de utilização da pilha. O fabricante deve estipular
mês e ano para a utilização do produto, sob
pena deste perder a eficiência que dele se espera.
Pilha AAA (pilha palito)
Marca
|
Designação
|
Ano/Mês ou semana de fabricação
|
Polaridade de terminais (quando aplicável)
|
Tensão Nominal
|
Nome ou marca comercial
|
Marca E
|
LR03
|
06/08(Usar antes, escrito em inglês)*
|
(+) e (-)
|
1,5 V
|
Marca E
|
Marca N
|
LR03
|
Jun/2009Usar antes
|
(+)
|
1,5 V
|
Marca N
|
Marca O
|
LR03
|
Jan/2010(Melhor utilizar antes de)
|
(+)
|
1,5 V
|
Marca O
|
Marca L
|
LR03
|
2009(Usar antes de)**
|
(+)
|
1,5 V
|
Marca L
|
Marca G
|
LR03
|
Usar antes de 2007**
|
(+)
|
1,5 V
|
Marca G
|
Resultados obtidos: Das
05 (cinco) marcas analisadas, 02 (duas) foram consideradas Não
Conformes (Marca L e Marca G), por não explicitarem
ao consumidor o prazo máximo para utilização
de suas pilhas, informando apenas o ano, dando ao consumidor a impressão
de que as mesmas podem ser utilizadas por todo o ano descrito.
* A informação
sobre a expiração do produto está em inglês,
dificultando o entendimento do consumidor. Esta informação
vai de encontro ao art. 31 do Código de Defesa do Consumidor,
que prevê que "a oferta e apresentação
de produtos ou serviços devem assegurar informações
corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua
portuguesa sobre suas características, qualidades,
quantidade, composição, preço, garantia, prazos
de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos
que apresentam à saúde e segurança dos consumidores".
** Esta informação
é confusa para o consumidor, pois não estipula o prazo
exato de utilização da pilha. O fabricante deve estipular
mês e ano para a utilização do produto, sob
pena deste perder a eficiência que dele se espera.
4)
Ensaio de tensão máxima de circuito
aberto
Tensão máxima de circuito
aberto é a tensão máxima que a pilha pode ter
quando nova, de modo a não danificar o equipamento em que
será depositada.
A tensão máxima de circuito
aberto não deve exceder ao valor especificado na norma. Como
a tensão nominal é de 1,5 V, o valor encontrado não
poderá exceder 1,725 V.
Pilha AA (pilha pequena)
Marca
|
Tensão nominal
|
Tensão máxima especificada
|
Valor medido (V)
|
D
|
1,5 V
|
1,65 V
|
1,62 V
|
M
|
1,5 V
|
1,65 V
|
1,61 V
|
F
|
1,5 V
|
1,65 V
|
1,61 V
|
I
|
1,5 V
|
1,65 V
|
1,62 V
|
J
|
1,5 V
|
1,65 V
|
1,58 V
|
G
|
1,5 V
|
1,65 V
|
1,60 V
|
Pilha AAA (pilha palito)
Marca
|
Tensão nominal
|
Tensão máxima especificada
|
Valor medido (V)
|
E
|
1,5 V
|
1,65 V
|
1,60 V
|
N
|
1,5 V
|
1,65 V
|
1,61 V
|
O
|
1,5 V
|
1,65 V
|
1,60 V
|
L
|
1,5 V
|
1,65 V
|
1,60 V
|
Resultados
obtidos: Todas as amostras atenderam este item.
Comentário: A norma prevê
que este ensaio seja realizado nove vezes, com pilhas diferentes.
5)
Ensaio de duração mínima
Este ensaio define o tempo mínimo
de duração que a pilha, por força da norma,
é obrigada a ter. Neste ensaio deve-se:
- submeter nove pilhas ao ensaio de descarga
(Norma NBR 9517);
- calcular a média sem concluir
qualquer resultado;
- calcular se esta média é
igual ou maior do que o valor especificado e não mais
que uma pilha apresentar resultado inferior a 60% do valor especificado,
as pilhas são considerados em conformidade com a norma
do ensaio de descarga;
- calcular se esta média é
menor que o valor especificado e/ou mais que uma pilha apresentar
resultado inferior a 60% do valor especificado, repetir o ensaio
em nova amostra de nove pilhas e calcular a média como
anteriormente;
- calcular se a média desta segunda
amostragem é igual ou maior que o valor especificado
e não mais que uma pilha apresentar resultado inferior
a 60% do valor especificado, as pilhas são consideradas
em conformidade com a norma de ensaio de descarga;
- calcular se a média desta segunda
amostragem é menor que o valor especificado e/ou mais
que uma pilha apresentar resultado inferior a 60% do valor especificado,
as pilhas não são consideradas em conformidade
com a norma, não sendo permitidos novos ensaios.
Pilha AA (pilha
pequena)
Marca
|
Tensão média
final
|
Tensão mínima
|
Tensão máxima
|
Duração
Máxima
|
D
|
1,02 V
|
1,01 V
|
1,04 V
|
04 horas
|
M
|
0,99 V
|
0,97 V
|
1,00 V
|
04 horas
|
F
|
1,03 V
|
1,02 V
|
1,03 V
|
04 horas
|
I
|
0,99 V
|
0,98 V
|
1,00 V
|
04 horas
|
J
|
1,0299 V
|
1,01 V
|
1,02 V
|
04 horas
|
G
|
1,01 V
|
1,00 V
|
1,01 V
|
04 horas
|
Resultados obtidos:
Todas as amostras atenderam este item.
Comentário:
As pilhas foram ensaiadas com uma carga de 3,9Ω com ciclos
diários de 1 hora, durante 4 horas.
Pilha AAA (pilha palito)
Marca
|
Tensão média
final
|
Tensão mínima
|
Tensão máxima
|
Duração
Máxima
|
E
|
1,11 V
|
1,07 V
|
1,13 V
|
05 horas
|
N
|
1,07 V
|
1,05 V
|
1,08 V
|
05 horas
|
O
|
1,11 V
|
1,09 V
|
1,12 V
|
05 horas
|
L
|
1,11 V
|
1,09 V
|
1,13 V
|
05 horas
|
G
|
1,08 V
|
1,05 V
|
1,11 V
|
05 horas
|
Resultados obtidos: Todas as amostras
atenderam este item.
Comentário: As pilhas
foram ensaiadas com uma carga de 10 () com ciclos diários
de 1 hora, durante 5 horas.
Pilhas Zinco-Manganês
1) Ensaio de marcação
Esta categoria de ensaios
visa identificar a pilha e a categoria a que ela se destina, através
das seguintes informações: designação,
código do fabricante, polaridade de terminais (quando aplicável),
tensão nominal e nome ou marca comercial.
Pilha AA (pilha pequena)
Marca
|
Designação
|
Código do
fabricante
|
Polaridade de terminais
(quando aplicável)
|
Tensão Nominal
|
Nome ou marca comercial
|
Marca A
|
R6
|
1215
|
(+)
|
1,5 V
|
A
|
Marca C
|
R6
|
UM3
|
(+)
|
1,5 V
|
C
|
Pilha AAA (pilha palito)
Marca
|
Designação
|
Ano, mês ou
semana de fabricação
|
Polaridade de terminais
(quando aplicável)
|
Tensão Nominal
|
Nome ou marca comercial
|
Marca B
|
R03
|
08/2009
|
(+)
|
1,5 V
|
B
|
Resultados obtidos: Todas as amostras
atenderam este item.
2) Ensaio de tensão
máxima de circuito aberto
Tensão máxima de circuito
aberto é a tensão máxima que a pilha pode ter
quando nova, de modo a não danificar o equipamento em que
será depositada.
A tensão máxima de circuito
aberto não deve exceder ao valor especificado na norma. Como
a tensão nominal é de 1,5 V, o valor encontrado não
poderá exceder 1,725 V.
Pilha AA (pilha pequena)
- Marca A
Pilha
|
Tensão
especificada
|
Tensão
especificada + 15%
|
Valor medido (V)
|
1
|
1,5 V
|
1,725 V
|
1,62
|
2
|
1,5 V
|
1,725 V
|
1,64
|
3
|
1,5 V
|
1,725 V
|
1,64
|
4
|
1,5 V
|
1,725 V
|
1,63
|
5
|
1,5 V
|
1,725 V
|
1,63
|
6
|
1,5 V
|
1,725 V
|
1,62
|
7
|
1,5 V
|
1,725 V
|
1,63
|
8
|
1,5 V
|
1,725 V
|
1,62
|
9
|
1,5 V
|
1,725 V
|
1,64
|
- Marca C
Pilha
|
Tensão
especificada
|
Tensão
especificada + 15%
|
Valor medido (V)
|
1
|
1,5 V
|
1,725 V
|
1,64
|
2
|
1,5 V
|
1,725 V
|
1,67
|
3
|
1,5 V
|
1,725 V
|
1,66
|
4
|
1,5 V
|
1,725 V
|
1,67
|
5
|
1,5 V
|
1,725 V
|
1,67
|
6
|
1,5 V
|
1,725 V
|
1,66
|
7
|
1,5 V
|
1,725 V
|
1,64
|
8
|
1,5 V
|
1,725 V
|
1,66
|
9
|
1,5 V
|
1,725 V
|
1,66
|
Marca
|
Tensão
nominal
|
Tensão
máxima especificada
|
Valor medido (V)
|
Marca B
|
1,5 V
|
1,65 V
|
1,61 V
|
Resultados obtidos: Todas as amostras
atenderam este item.
Comentário:
Medição realizada em circuito aberto.
3)
Ensaio de duração mínima
Este ensaio define o tempo mínimo
de duração que a pilha, por força da norma,
é obrigada a ter. Neste ensaio deve-se:
- submeter nove pilhas ao ensaio de descarga
(Norma NBR 9517);
- calcular a média sem concluir
qualquer resultado;
- calcular se esta média é
igual ou maior do que o valor especificado e não mais
que uma pilha apresentar resultado inferior a 60% do valor especificado,
as pilhas são considerados em conformidade com a norma
do ensaio de descarga;
- calcular se esta média é
menor que o valor especificado e/ou mais que uma pilha apresentar
resultado inferior a 60% do valor especificado, repetir o ensaio
em nova amostra de nove pilhas e calcular a média como
anteriormente;
- calcular se a média desta segunda
amostragem é igual ou maior que o valor especificado
e não mais que uma pilha apresentar resultado inferior
a 60% do valor especificado, as pilhas são consideradas
em conformidade com a norma de ensaio de descarga;
- calcular se a média desta segunda
amostragem é menor que o valor especificado e/ou mais
que uma pilha apresentar resultado inferior a 60% do valor especificado,
as pilhas não são consideradas em conformidade
com a norma, não sendo permitidos novos ensaios.
Pilha AA (pilha pequena)
Marca
|
Tensão média
final
|
Tensão mínima
|
Tensão máxima
|
Duração
Máxima
|
Marca A
|
1,23 V
|
1,21 V
|
1,25 V
|
168 horas
|
Marca C
|
1,23 V
|
1,22 V
|
1,24 V
|
168 horas
|
Pilha AAA (pilha palito)
Marca
|
Tensão média
final
|
Tensão mínima
|
Tensão máxima
|
Duração
Máxima
|
Marca B
|
1,09 V
|
1,08 V
|
1,09 V
|
1h e 24 min
|
Resultados obtidos: Todas as amostras
atenderam este item.
Comentário: As pilhas foram ensaiadas
com uma carga de 300Ω com ciclos diários de 12 horas,
durante 168 horas.
Atendimento
à Resolução Nº 257, do Conama
A Resolução 257, de 30 de
junho de 1999, do Conama, traz orientações sobre
os diversos tipos de pilha, composições possíveis,
educação e descarte, informações relevantes
para o consumidor.
De acordo com o art.13, parágrafo
único, "os fabricantes e
importadores deverão identificar os produtos descritos
no caput deste artigo, mediante a aposição nas embalagens
e, quando couber, nos produtos, de símbolo que permita
ao usuário distinguí-los dos demais tipos de pilhas
e baterias comercializados".
Nesse sentido, o Inmetro avaliou se todas
as embalagens de pilhas adquiridas traziam as informações
de composição e descarte, de modo a contemplar o
descrito na Resolução do Conama.
Os resultados comprovaram que todas as
marcas adquiridas traziam estas informações.
Ensaio de Duração Máxima
Este ensaio não
está descrito na norma deste produto, tendo sido realizado
com o intuito de simular o uso contínuo em brinquedos,
estabelecendo comparativamente a durabilidade máxima apresentada
pelas pilhas de diversos fabricantes, de modo a favorecer a escolha
do consumidor.
As pilhas foram descarregadas
através de uma carga de 3,9 Ω, até atingir
o valor de tensão limite para descarga.
A carga, a tensão final e o tempo
mínimo de duração estão definidos
na Norma IEC 60086-2.
Fabricante
|
Designação
|
Valor de referência
de acordo com a norma
|
Duração
(minutos)
|
Duração
média obtida (min)
|
Tensão
final
|
Duração
média mínima
|
A
|
B
|
C
|
Marca I
|
LR-6
|
0,8 V
|
240 min
|
213
|
218
|
229
|
220
|
Marca F
|
LR-6
|
0,8 V
|
240 min
|
361
|
366
|
362
|
363
|
Marca J / L
|
LR-6
|
0,8 V
|
240 min
|
402
|
388
|
406
|
399
|
Maca G / H
|
LR-6
|
0,8 V
|
240 min
|
382
|
373
|
367
|
374
|
Marca M / N / O
|
LR-6
|
0,8 V
|
240 min
|
339
|
336
|
350
|
342
|
Marca D / E
|
LR-6
|
0,8 V
|
240 min
|
323
|
318
|
303
|
315
|
Marca A
|
R-6
|
0,8 V
|
60 min
|
77
|
75
|
76
|
76
|
Marca C
|
R-6
|
0,8 V
|
60 min
|
88
|
86
|
89
|
88
|
Nota: Ensaio não normalizado. As pilhas foram ensaiadas
com uma carga de 3,9Ω em condição de uso
contínuo, ao contrário da norma que estabelece um
uso diário de uma hora.
Resultado
Geral
A tabela apresentada a seguir
descreve os resultados obtidos pelas amostras de cada uma das marcas
analisadas e o resultado geral, de acordo com as características
das pilhas (zinco-manganês ou alcalinas).
Pilhas Alcalinas
Marcas
|
Dimensões
das pilhas
|
Marcação
|
Tensão
máxima de circuito aberto
|
Duração
mínima
|
Resultado
Geral
|
Marca D / E
(AA e AAA)
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Marca M / N
(AA e AAA)
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Marca J / L
(AA e AAA)
|
Conforme
|
Não Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Marca G / H
(AA e AAA)
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Não
Conforme
|
Marca F
(AA)
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Marca I
(AA)
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Marca O
(AAA)
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Pela observação
do resultado geral da análise realizada em pilhas alcalinas,
conclui-se que as marcas Eveready Gold e Energizer, foram consideradas
NÃO CONFORMES. Ou seja, o índice de conformidade
para este tipo de pilha foi de 71,43%.
A Não – Conformidade
ocorreu pelo fato destas pilhas não informarem, na marcação,
mês e ano de utilização, conforme disposto na
norma e sim , somente o ano.
Pilhas Zinco-manganês
Marcas
|
Marcação
|
Tensão
máxima de circuito aberto
|
Duração
mínima
|
Resultado
Geral
|
Marca A
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Marca C
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Marca B
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Conforme
|
Pela observação
do resultado geral da análise realizada em pilhas zinco-manganês,
pode-se concluir que todas as amostras analisadas foram consideradas
CONFORMES.
Dicas para o Consumidor
1) Riscos ao consumidor
decorrentes dos principais metais presentes nas pilhas disponíveis
no mercado
O número de elementos
metálicos que oferecem risco de contaminação
é relativamente pequeno.
O Quadro abaixo apresenta
os principais efeitos à saúde provocados por alguns
metais presentes nas pilhas.
|
Principais Efeitos
à Saúde
|
|
Principais Efeitos à Saúde
|
Cd (*)
|
- Câncer
- Disfunções
digestivas
- Problemas pulmonares
e no Sistema Respiratório
|
Mn
|
- Disfunção
cerebral e do Sistema Neurológico
- Disfunções
renais, hepáticas e respiratórias.
- Teratogênico
|
Pb (*)
|
- Anemia
- Disfunção
renal
- Dores abdominais (cólica,
espasmo, rigidez).
- Encefalopatia (sonolência,
distúrbios metais, convulsão,
coma).
- Neurite periférica
(paralisia)
- Problemas pulmonares
- Teratogênico
|
Hg
(*)
|
- Congestão,
inapetência, indigestão.
- Dermatite
- Distúrbios
gastrintestinais (com hemorragia)
- Elevação
da pressão arterial
- Inflamações
na boca e lesões no aparelho digestivo
- Lesões renais
- Distúrbios
neurológicos e lesões cerebrais
- Teratogênico,
mutagênico e possível carcinogênico.
|
Co
|
- Lesões pulmonares
e no Sistema Respiratório
- Distúrbios
hematológicos
- Possível carcinogênico
humano
- Lesões e irritações
na pele
- Distúrbios
gastrintestinais
- Efeitos cardíacos
|
Ni
|
- Câncer
- Lesões no Sistema
Respiratório
- Distúrbios
gastrintestinais
- Alterações
no Sistema Imunológico
- Dermatites
- Teratogênico,
genotóxico e mutagênico.
|
Cr
(*)
|
- Câncer do
aparelho respiratório
- Lesões nasais
e perfuração do septo e na pele
- Distúrbios
no fígado e rins, podendo ser letal.
Distúrbios
gastrintestinais
|
Ag
|
- Argíria (descoloração
da pele e outros tecidos)
- Dores estomacais e
distúrbios digestivos
- Problemas no Sistema
Respiratório
- Necrose da medula
óssea, fígado, rins e lesões oculares.
|
Li
|
- Disfunções
renais e respiratórias
- Disfunções
do Sistema Neurológico
- Cáustico sobre
a pele e mucosas
- Teratogênico
|
Zn
|
- Alterações
hematológicas
- Lesões pulmonares
e no Sistema Respiratório
- Distúrbios
gastrintestinais
- Lesões no pâncrea
|
Fontes: Agency
for Toxic Substances and Disease Registry - ASTDR (2002); United
States Protection Agency - USEPA (2002); World Health Organization
- WHO (2002).
* Esses metais estão incluídos
na Lista "TOP 20" da USEPA, entre as 20 substâncias
mais perigosas à saúde e ao ambiente: Cd, Cr,
Hg, Pb (Comprehensive Environmental Response, Compensation and
Liability Act- CERCLA 2002).
** Agente Teratogênico é
definido como qualquer substância, organismo, agente físico
ou estado de deficiência que, estando presente na vida
embrionária ou fetal, produz uma alteração
na estrutura ou função da descendência.
***As pilhas analisadas
não demonstraram apresentar riscos à saúde
do consumidor, mas é importante estar atento para o seu
descarte, pois este pode ser danoso ao meio ambiente, se realizado
de maneira inadequada.
2) Riscos ao meio
ambiente, decorrentes do descarte inadequado de pilhas
No final da década
de 1970, surgiram os primeiros sinais de alerta sobre os perigos
de se descartar baterias e pilhas usadas junto com o resíduo
comum. Até a década de 1980, normalmente eram utilizadas
para uso doméstico as baterias em forma de bastonetes, principalmente
de Zn-C, as quais, quando exauridas, eram descartadas junto com
o resíduo domiciliar.
No final dessa década,
em alguns países da Europa, surgiu a preocupação
em relação aos riscos que representa a disposição
inadequada desses resíduos, o que motivou a busca de mecanismos
para seu gerenciamento, visando minimizar os riscos sanitários
e ambientais. Até 1985, todas as pilhas, exceto as de
lítio, continham mercúrio metálico - um metal
pesado, não biodegradável, extremamente tóxico
à saúde e ao ambiente - em proporções
variadas (de 0,01% a 30%). Após o advento do transistor e
do conseqüente surgimento de inúmeros equipamentos movidos
à bateria, foram sendo desenvolvidos novos tipos de pilhas
e baterias. A alta potência de alguns tipos deve-se à
presença,w em sua composição, além de
metais pesados, de outros aditivos potencialmente perigosos à
saúde e ao ambiente. As novas tecnologias trouxeram consigo
novas questões ambientais e sanitárias a serem estudadas
que, atualmente, encontram-se amplamente debatidas e estudadas
no mundo industrializado.
No Brasil, as pilhas e baterias
exauridas são descartadas no lixo comum por falta de conhecimento
dos riscos que representam à saúde humana e ao ambiente,
ou por carência de outra alternativa de descarte. Esses produtos
contêm metais pesados como mercúrio, chumbo, cádmio,
níquel, entre outros. Esses metais, sendo bioacumulativos,
depositam-se no organismo, afetando suas funções orgânicas.
Outras substâncias tóxicas presentes nesses produtos
podem atingir e contaminar os lençóis freáticos,
comprometendo a qualidade desses meios e seu uso posterior como
fontes de abastecimento de água e de produção
de alimentos.
No Brasil, até a
década de 1990, não se cogitava sobre a questão
da contaminação ambiental por pilhas e baterias usadas.
No entanto, desde 1999, o país possui legislação
específica que dispõe sobre pilhas e baterias que
contêm mercúrio, chumbo e cádmio (Resoluções
CONAMA: n.º 257, de 30/06/99; e no 263, de 12/11/99).
Mas, essa medida legal, embora necessária e em vigor, mostra-se
insuficiente para solucionar, na prática, o problema do descarte
inadequado desses resíduos. Desde sua publicação,
muita informação desencontrada tem sido gerada. A
origem de toda a polêmica está na generalização
de que todas as pilhas e baterias usadas devem ser classificadas
como resíduos perigosos. Na verdade, ainda não há
estudos suficientes que comprovem a necessidade de se recolher outros
tipos de pilhas e baterias, além dos especificados na referida
legislação, embora já haja, nos países
da União Européia entre outros, forte pressão
para que todos os tipos sejam coletados, tratados e dispostos adequadamente,
em função da constante evolução da tecnologia,
com utilização de novos materiais e do aumento progressivo
do consumo desses produtos. Além disso, no caso brasileiro,
deve-se alertar para a questão de outros tipos de pilhas
e baterias, que mesmo não contendo os metais (cádmio,
mercúrio e chumbo) referidos nas Resoluções
CONAMA em vigor, em função do volume e da velocidade
de geração de seus resíduos, como também
da composição desconhecida de alguns tipos, representam
atualmente problemas ambientais, tornando-se tão prejudiciais
como os resíduos das pilhas e baterias regulamentadas.
3) O mercado
paralelo de pilhas irregulares
Um outro problema relacionado
a este produto é o mercado paralelo de pilhas irregulares,
ou seja, fabricadas ilicitamente. Fora
das especificações do Conama, essas pilhas são
altamente tóxicas e perigosas para a saúde. Para que
elas sejam retiradas do mercado, além da fiscalização
do governo, os consumidores precisam fiscalizar as pilhas que compram
e exigir que as informações sobre a origem do produto
estejam claras.
Pilhas de 1,5 volt produzidas
na Ásia e comercializadas de forma ilícita no Brasil,
a preços muito inferiores aos das nacionais, são um
embuste para o consumidor e um grande perigo à saúde
e ao meio ambiente.
De acordo com a estimativa
da Associação Brasileira da Indústria Elétrica
e Eletrônica (Abinee), cerca de 40% das pilhas vendidas no
País são ilegais.
Fabricadas com teores de
metais pesados - cádmio, chumbo e mercúrio - até
sete vezes superiores aos permitidos pelo Conselho Nacional de Meio
Ambiente (Conama), as pilhas asiáticas, de uso doméstico,
vazam com facilidade.
A Universidade Federal do
Rio de Janeiro - UFRJ, apresentou em pesquisa, dois modelos de pilhas
irregulares que estouraram até um ano e meio antes do prazo
de validade, afirmando que "isso ocorre porque a blindagem
que envolve a pasta na qual ocorrem as reações químicas
geradoras de corrente elétrica é feita de papelão
e não de aço. Elas têm um componente muito atrativo,
que é o preço. No entanto, além da fragilidade,
têm baixa durabilidade, exigindo uma reposição
intensa. Como, geralmente, são jogadas no lixo doméstico
e não recebem tratamento especial, entram em deterioração
e contaminam o meio ambiente com metais pesados".
Segundo a resolução
257/99 do Conama, desde 1.º de janeiro de 2000, pilhas e baterias
fabricadas, importadas e comercializadas no Brasil devem ter até
0,025% em peso de mercúrio, até 0,025% em peso de
cádmio e até 0,4% em peso de chumbo quando forem do
tipo zinco-manganês e alcalina-manganês, comumente usadas
em rádios, brinquedos, câmeras, calculadoras e telefones.
A mesma resolução determina que, desde janeiro de
2001, os padrões devem ser ainda menores: respectivamente
0,01%, 0,015% e 0,02%.
As pilhas asiáticas,
não trazem na embalagem a indicação do fabricante
e do importador e nem orientações para o descarte
do produto. Além disso, as poucas informações
vêm em idioma estrangeiro.
O Inmetro, recentemente,
recebeu através de ofício do Ministério Público
de Tianguá , denúncia de pilha irregular posta em
circulação no estado do Ceará. Trata-se de
imitação idêntica da famosa pilha "Rayovac",
contendo a mesma apresentação visual e, inclusive,
a inscrição "as amarelinhas", alcunha com
a qual ficou conhecido o produto original (vide figura 2, abaixo).
Figura 2 – Foto tirada da pilha falsificada, posta
em circulação no estado do Ceará e enviada
ao Inmetro.
Posicionamento dos Fabricantes
Após a conclusão
dos ensaios, os fabricantes/importadores que tiveram amostras de
seus produtos analisadas receberam cópias dos laudos de seus
respectivos produtos, enviadas pelo Inmetro, tendo sido dado um
prazo de 7 (sete) dias úteis para que se manifestassem a
respeito dos resultados obtidos.
A seguir, são relacionados
os fabricantes/importadores que se manifestaram formalmente, através
de faxes enviados ao Inmetro, e trechos de seus respectivos posicionamentos:
- Fabricante A, G, H, J e L (Marcas:
A, G, H e J, L)
(...) "Em atendimento
ao disposto no fax encaminhado por V.Sa, relativo aos relatórios
em referência, esta empresa vem apresentar sua manifestação
, fazendo-o baseado nas razões a seguir expendidas.
Em ambos os relatórios,
sob o título "Marcação", item
4.1.6, o resultado obtido foi no sentido das amostras não
terem atendido esse item sob o argumento de que "na pilha
está indicado apenas 2009 e na cartela usar antes de
2009". Ocorre, no entanto, que as cartelas, contendo
as pilhas, são as unidades de venda ao consumidor e
varejo brasileiro, de tal sorte que as pilhas alcalinas "Energizer"
e "Eveready" não são vendidas unitária
e/ou separadamente.
Assim, o impresso
na pilha, em um retângulo, corresponde exatamente ao
ano constante, também, em um retângulo na cartela,
cuja venda somente é feita em conjunto, ficando assim,
o consumidor esclarecido de que o produto é válido
até o fim do ano mencionado, tornando desnecessário
seja reproduzida esta expressão no corpo da pilha (...)"
Inmetro: De acordo
com o art. 6º, III, constitui-se direito básico do
consumidor a informação adequada e clara sobre
os diferentes produtos e serviços, com especificação
correta de quantidade, características, composição,
qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem.
Sendo assim, não basta informar ao consumidor o ano
de vencimento da pilha, mas também o mês relativo
ao ano informado, pois somente a informação
do ano dá a idéia de que o consumidor pode utilizar
o produto pelo ano inteiro.
(...) "Considerando
a análise de amostras da pilha da marca Duracell,
tamanho AA, fornecidas pelo Inmetro ao laboratório
emitente e uma vez atendidos todos os itens elencados no
Relatório de Ensaio, a "Gilette" não
tem comentários adicionais".
- Fabricante C, M, N, O (Marca: C,
M, N, O)
(...)"Tendo
em vista que todos os testes receberam a observação
" A amostra atende este item", nada temos contra
os resultados apresentados e numerados".
Conclusões
De acordo com os resultados encontrados
na análise em pilhas, podemos concluir que a tendência
do produto comercializado no mercado nacional é de estar
Conforme em relação aos
requisitos normativos, apesar de 02 (duas) marcas terem apresentado
problemas de rotulagem, que deverão ser observadas pelos
fabricantes, para posterior alteração.
É importante observar
que existem pilhas importadas irregulares, que podem causar sérios
riscos à saúde e ao meio ambiente, sendo importante
que os consumidores detenham esta informação e comprem,
usem e descartem as pilhas adquiridas responsavelmente.
Ainda em relação
às pilhas, devemos estar atentos à sua composição
e descarte, pois algumas possuem materiais tóxicos, danosos
à saúde humana e seu descarte inadequado, além
de ser danoso ao ser humano, também o é para o meio
ambiente, uma vez que, com as chuvas, tais componentes contaminam
os lençóis freáticos.
|