.: Absorventes Higiênicos (Externos
e Intravaginais) :.
Resumo da Análise
Normas e Documentos de Referência
Laboratório Responsável pelos
Ensaios
Marcas Analisadas
Ensaios Realizados
Conclusões
Conseqüências
Resumo da Análise
A utilização de produtos similares aos absorventes
higiênicos remonta à época da grande civilização egípcia, quinze
séculos A.C.. Hipócrates, que viveu entre os anos de 460 e 370 A.C.,
citava, em seus manuscritos, uma proteção para ser usada intravaginalmente.
Durante milhares de anos, os métodos de
proteção menstrual não evoluíram. Até a I Guerra Mundial, era comum
o uso das "toalhas higiênicas" que, após o uso, eram lavadas
e reutilizadas. Elas eram produzidas com tecido atoalhado, grossas,
largas e causavam irritação. Havia outros inconvenientes relacionados
à manutenção da higiene pessoal da mulher, como a praticidade para
substituí-las.
A evolução dos absorventes seguiu um caminho
natural de aperfeiçoamento. Atualmente, os absorventes consistem
de um material para absorção de origem vegetal; uma camada de filme
plástico impermeável para evitar vazamentos; um papel absorvente
para dar firmeza e ajudar na distribuição rápida e homogênea do
fluxo menstrual e uma abertura de material não-tecido para manter
a integridade do produto e auxiliar na absorção, impedindo o acúmulo
de líquido na parte superior.
Embora o primeiro absorvente descartável
tenha aparecido no Brasil nos anos 30, ainda hoje, apenas 40% das
mulheres brasileiras em idade fértil usam absorventes industrializados.
Segundo dados fornecidos pela Associação
Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
ABIHPEC o consumo de absorventes higiênicos fica em
torno de 4 bilhões de unidades.
A inclusão deste produto no Programa de
Análise da Qualidade de Produtos deve-se às reclamações recebidas
pelo Inmetro, relacionadas à presença de material estranho, reações
alérgicas ou ao desempenho do produto.
Normas e Documentos de Referência
Os ensaios verificaram a conformidade de
amostras de absorventes higiênicos descartáveis, externos e intravaginais,
em relação à Portaria nº 1.480, de 31 de dezembro de 1990, da Secretaria
Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde.
Esta Portaria prevê a realização de ensaios
pré-clínicos (irritação cutânea e sensibilização), antes da colocação
do produto no mercado, ou quando ocorrem mudanças nas matérias-primas,
ou no processo de fabricação e de ensaios para controle de fabricação,
onde todas as matérias e produtos acabados devem ser analisados
de acordo com métodos capazes de aferir sua inocuidade.
Embora grande parte das reclamações estivessem
relacionadas ao desempenho do produto, não foram identificadas normas
ou regulamentos, nem no Brasil, nem no exterior, contendo especificações
técnicas para este tipo de produto, impossibilitando, portanto,
a realização de ensaios desta natureza.
Laboratório Responsável pelos Ensaios
Os ensaios foram efetuados no Laboratório
Baktron Microbiologia.
Marcas Analisadas
Com relação às informações
contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar
que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um
período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:
- As informações geradas pelo Programa
de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas
após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado e
julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como o
inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas
de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado.
Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada
marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos
nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis. Os produtos certificados
são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro,
objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias
de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia
uma atualização regular das informações geradas.
- Após a divulgação dos resultados, promovemos
reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio,
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnica e outras entidades
que possam ter interesse em melhorar a qualidade do produto em
questão. Nesta reunião, são definidas ações para um melhor atendimento
do mercado. O acompanhamento que fazemos pode levar à necessidade
de repetição da análise, após um período de, aproximadamente,
de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes estão se adequando
e promovendo ações de melhoria, julgamos mais justo e confiável,
tanto em relação aos fabricantes quanto aos consumidores, não
identificar as marcas que foram reprovadas.
- Uma última razão diz respeito ao fato
de a INTERNET ser acessada por todas as partes do mundo e informações
desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar
sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.
Ensaios Realizados
Foram compradas 06 (seis) embalagens de
cada marca de absorvente, 02 (duas) de cada lote de fabricação.
Três embalagens, uma de cada lote, foram utilizadas para a realização
dos ensaios e as demais foram guardadas para contraprova, caso o
fabricante contestasse os resultados e fornecesse dados tecnicamente
convincentes que determinassem a sua repetição.
As amostras foram submetidas a ensaios microbiológicos,
que avaliaram a conformidade do produto em relação aos seguintes
parâmetros:
Absorventes Higiênicos
Externos
- Contagem de Bactérias Aeróbias Mesófilas:
menor que 1.000 UFC por grama de amostra
- Contagem de Bolores e Leveduras: menor
que 100 UFC por grama de amostra
- Pesquisa de Staphylococcus Aureus:
ausência em 5g
- Pesquisa de Escherichia Coli:
ausência em 5g
- Pesquisa de Pseudomonas Aeruginosa:
ausência em 5g
- Pesquisa de Clostridium sp: ausência
em 5g
- Pesquisa de Clostrídios Sulfito-Redutores:
ausência em 5g
Absorventes Higiênicos
Intravaginais
- Pesquisa de Staphylococcus Aureus:
menor que 500 UFC por unidade do produto
- Pesquisa de Escherichia Coli:
menor que 500 UFC por unidade do produto
- Pesquisa de Pseudomonas Aeruginosa:
menor que 500 UFC por unidade do produto
- Pesquisa de Microorganismos Anaeróbicos:
menor que 500 UFC por unidade do produto
O ensaio microbiológico é realizado a fim
de aferir a inocuidade do produto, fornecendo indicativos a respeito
das condições higiênico-sanitárias de fabricação, através da pesquisa
de bactérias patogênicas e, portanto, nocivas à saúde das mulheres.
Todas as marcas analisadas foram consideradas
Conformes.
Conclusões
Os resultados observados evidenciam que
a tendência dos Absorventes Higiênicos, externos e intravaginais,
de uso normal, disponíveis no mercado brasileiro, é de estarem conforme
em relação aos padrões microbiológicos existentes para essa classe
de produto.
Todas as 13 (treze) marcas analisadas obtiveram
resultados satisfatórios, ou seja, as amostras analisadas não oferecem
risco microbiológico às usuárias.
Entretanto, apenas o ensaio microbiológico
não é suficiente para garantir a inocuidade do produto. O ideal
é que ensaios que verificam o potencial de irritabilidade dos Absorventes
Higiênicos fossem realizados.
Além disso, o desempenho dos Absorventes
quanto à sua estanqueidade (vazamento) e ao seu poder de absorção
não pôde ser verificado por não existirem Normas que estabelecessem
parâmetros para a sua avaliação.
O Inmetro deverá articular-se com a ABIHPEC
e com a ABNT para, em conjunto, fornecer subsídios técnicos para
o aprimoramento da Portaria e estudar a possibilidade da criação
de Normas que avaliem o desempenho destes produtos.
Conseqüências
DATA
|
AÇÕES
|
29/04/98
|
Reunião
com representantes da Associação Brasileira
da Indústria de Produtos de Higiene, Perfumaria e
Cosméticos - ABIHPEC e do INMETRO para discussão
dos resultados obtidos e estabelecimento de possíveis
ações de desmembramento. |
|